sexta-feira, 22 de junho de 2012

Talento acima de tudo...



Entrevista: Rafael Brasil

O guitarrista Rafael Brasil tem soltado riffs para os ouvidos potiguares desde o ano 2000, quando aos 11 anos iniciou sua vida musical, acompanhado de um violão onde tirava suas músicas prediletas de ouvido. “Eu tinha uma certeza: queria tocar rock. Então já fui aprendendo a tocar violão como se fosse guitarra, fazendo powerchords e tal”, diz. Auto didata, Rafael Brasil nos conta um pouco da sua trajetória musical, fala sobre seu equipamento e a turnê da banda Calistoga pelo Brasil.

Como foram forjadas 
sua pegada e sonoridade?

Essa pergunta é díficil, mas vamos lá. Não tenho ídolos guitarristas, então posso citar bandas que sempre escuto, como: Alexisonfire, At the drive-in, Bob Marley, City and Colour, Dead Weather e tudo do Jack White, Raconteurs, Dinosaur Jr, Foo fighters, Garage fuzz, Hot Water music, Red hot e Queens of the stone age.

Você poderia creditar “atitude” à definição da sua pegada? 

Minha pegada é o que mais gosto no meu jeito de tocar, nunca foquei na técnica por si, por isso não sou aquele cara que toca absurdamente nem solo muito rápido. Adoro riffs. Toco com muita vontade mesmo. Faz parte de mim... Parte não, sou eu mesmo!

Qual foi o seu primeiro trabalho com banda?

Chamava-se Karpus, nós tocávamos coisas que ouvíamos e gostávamos. Eu tinha 13 anos e nessa época estavam em alta, bandas como CPM22, Charlie Brow Jr e essas coisas. Depois, fui conhecendo um pouquinho mais do hard core melódico e entrando nesse outro mundo. Ainda bem que aprendi muito sobre como não deveria fazer várias coisas (risos). Com o Karpus tive minhas primeiras experiências com gravação e ambiente de estúdio.

Por quantas bandas já passou e em qual atua hoje?

Velhinho (risos), não vou lembrar de todas, tiveram muitas que nunca receberam nomes, mas posso citar as mais importantes: karpus, Silver Face, Barbarela, Allface, When a lotus dry, Camarones Orquestra Guitarrística, Venice Under Water, Calistoga. Hoje, estou apenas com a Calistoga e um novo projeto do qual não posso falar muita coisa, mas que ainda este ano será consolidado e já adianto que está ficando muito bom.

Como é a sua atuação na Calistoga?

Em 2009 decidimos que todos deveríamos sair dos projetos paralelos para nos dedicarmos inteiramente a Calistoga. Desde então iniciou-se uma trabalho áduo de composição e produção. Estamos caminhando agora para a nossa terceira tour, desta vez para rodar uma grande parte do Brasil, mas isso é o fruto de muito trabalho conjunto. Como estamos sempre compondo, ensaiando, fazendo shows e claro, com dedicação total a banda, minha contribuição acaba sendo igual a dos demais componentes. A gente compoe tudo no estudio, 100% lá mesmo. Isso, por que  experimentamos várias coisas antes de fechar uma música, efeitos, timbres, frases, arranjos, partes de guitarra, vocal, tudo mesmo. Essa experiência deixa a música coletiva e torna cada um, peça chave para todo o processo, por isso, precisamos estar sempre plugados.

Como acontece o processo de composição?

Na parte de composição mesmo, funciona mais ou menos assim: primeiramente fazemos a base inteira da música, depois de termos algo concreto, melódicamente falando, fecharmos letras e partimos para a harmonia. É bem normal em todas as bandas, ter alguém que vai dando norte, direção. Na Calistoga, essa pessoa é Henrique, o outro guitarrista. Ele nos apresenta uma ideia, explica onde gostaria de chegar e nós vamos lapidando até alcaçarmos o melhor resultado para o contexto geral da banda. Claro que não ficamos limitados a isso, não é uma fórmula. Todos temos a mesma liberdade de criar e apresentar ideias que terminem em boa música.

Você falou acima, que tem um novo projeto vindo por aí, como está conciliando a agenda da Calistoga?

Como falei, ainda não posso falar muito sobre o novo projeto, mas só agora, esse ano, é que pudemos planejar outras coisas. Apesar de crer que é muito saudável, musicalmente falando, ter outros projetos, a Calistoga ainda é minha prioridade. Mas, consigo dividir bem os ensaios na semana e nas horas vagas em minha casa estou dedicando um tempo maior para compor para o projeto novo, como estamos criando do zero, essa é a hora. Com a Calistoga, o disco está pronto e estamos ensaiando pra deixar tudo perfeito, a prioridade é a tour que começa semana que vem e se estende até próximo ao final de julho. Infelizmente nesse periodo, o projeto novo vai ter que esperar, como não temos nenhum compromisso agendado, não terá problema.Um exemplo de algo bacana que fiz paralelamente, foi a gravação do disco do Venice Under Water, ano passado, onde pude contribuir com arranjos de guitarra.

O que tem presente 
hoje em seu Set Up?

Minha guitarra principal é uma Gibson SG Standard. Meus pedais são: Pitchblack, Whammy, OCD, Ge7, tremolo Malekko, Memoryboy, Cathedral, SL20 e está chegando um fuzz da Blackout Effectors, o Two Some. No momento estou sem amplificador e normalmente nos shows faço meu som no que a casa oferecer mesmo, dou preferência ao transistorados. Uso cordas Elixir 011 e a afinação é standard.

Quais são as suas expectativas 
para essa turnê com a Calistoga?

As melhores possíveis, essa vai ser a maior que já fizemos até agora. Vamos tocar em vários Estados e em lugares em que nunca estivemos, como Brasília e Goiânia, por exemplo. A tour é a melhor maneira de uma banda espalhar suas músicas e da melhor forma, pois escutar um disco inteiro executado ao vivo, com a pressão e nuanças que cada ambiente oferece, é uma experiência bem diferente de colocar um cd em um player e ouvi-lo. Isso é lindo. Fora, é claro, que vamos rever amigos, tocar com bandas amigas, conhecer gente nova, bandas novas, acumular novas experiencias e, claro, ver a banda cresce muito no cenário rock nacional e internamente.



Blindagem de guerra

Um verdadeiro tanque militar é o Big Muff Green, uma parceria entre a Eletro Harmonix e a Sovtek, que com certeza foi de muito sucesso. O pedal que tem uma construção robusta, apresenta sonoridade incrivelmente pura e versátil, podendo proporcionar timbres matadores de fuzz e até mesmo overdrive, com baixo nível ruído, que o deixa melhor ainda. Esse pedal produzido entre 1994 e 2000, usa componentes que originalmente estavam presentes em circuitos de tanques militares russos, justificando o seu visual e tamanho. Essa preciosidade não é tão fácil de ser encontrada à venda e para saborear sua sonoridade vale a pena ver algum video review no youtube. Para nós, fica a alegria de termos presente o Green BigMuff no Pedal Board do guitarrista César Valença, de quem somos parceiros incondicionais, assim não só apreciamos a sua belíssima construção, como também o seu adorável som.


terça-feira, 19 de junho de 2012

Guitarras no lugar certo

Daniela Araújo é uma cantora gospel brasileira que tem marcado seu espaço no cenário mundial, não apenas pelo seu talento vocal, mas também pela criatividade e brilhante interpretação. Seu disco intitulado "Guia-me" traz canções entupidas de belas guitarras colocadas nos lugares certos e em doses estupidamente perfeitas. Não é um disco de rock, mas mostra como o instrumento pode ser muito bem aplicado na harmonia pop. Timbres belos, frases criativas, guitarras no lugar certo. A música Tempo abaixo para conferir. O disco pode ser adquirido em qualquer livraria especializada no seguimento "evangélico". Enjoy.



 

Equipo - César Valença

Eis, para quem curte admirar pedais, o set que o guitarrista César Valença está usando nos shows da banda Kung Fu Johnny. Viciado em pedais de boutique, o guitarrista diz que seu pedal board ainda não está fechado e já adiantou que tem um Big Muff Russo chegando por aí. Os pedais de César Valença são excitados pela sua Gibson Les Paul Standard e toda essa sonzeira poderá ser apreciada clicando aqui.




Na sequência: TU-2 (Afinador - Boss), OC-2 (Oitavador - Boss), CryBaby CGB95 (Wah - Dunlop), Hot Cake (Drive - Crowther), Lift (Booster - Divided by 16), Supra-Trem (Tremulo - Fulltone), Chicklet (Reverb - Malekko). Fora do PB ainda estão o RoadKiller (Drive - Green House) e o Carbon Copy (Delay - MXR). 

domingo, 17 de junho de 2012

Calistoga

A banda Calistoga, de Natal/RN, fez neste sábado 16 de junho, o lançamento oficial do clipe da música Submerged, faixa presente no disco Time And Understanding. Com belíssima fotografia, o clipe sem dúvida merece lugar de destaque entre os lançamentos de 2012 e não ficaria surpreso com sua explosão nacional. O fato, é que o Calistoga tem trabalhado muito e deixado seu legado no rock potiguar, que conta muito com iniciativas como a da banda, em bancar seus próprios discos e divulgar sozinha seu trabalho. O show de lançamento do clipe aconteceu no espaço Dosol e contou com a presença da banda Kung Fu Johnny. Não tem muito o que falar, assista o clipe...


sexta-feira, 15 de junho de 2012

Uma pausa para apreciar

Ei galera, não poderia deixar de postar esse video pelo encanto que me trouxe ao mostrar o talento dessas meninas, que não só cantam muito bem, como também expressam uma sensibilidade adorável. A belíssima interpretação da canção do Jason Mraz's, feita pelas irmãs Lennon de 12 anos e Maisy de 8, já alcançou mais de 1 milhão de visualizações e não mereceu menos, vale muito a pena ver e ouvir.


COTS

Em fase de pré produção do primeiro disco, a banda potiguar de rock COTS está compondo e selecionando suas canções para uma compilação que tem lançamento previsto ainda para 2012. "A ideia é em dezembro estarmos com nosso primeiro disco pronto", diz Franco Mathson, baterista da banda que ainda conta com Filipe Marcus (Baixo), Johnysson Sanders (Guitarra) e Xablair (Guitarra e Vocal).


Vício bom!

Como é de se esperar de um viciado, eis um post com mais uma alteração no meu singelo set de pedais. Desta vez, houve a troca do wah Bad Horsie, que deu lugar ao clássico Vox 847, e a chegada de um fuzz Little BigMuff da Electro-Harmonix, que acrescentou um sustain infinito ao meu som distorcido.



Ligação por ordem da cadeia: LP-1 (by Xablair), BigMuff (Electro-Harmonix), Cromathic Tuner (Behringer), Wah 847a (Vox), Phaser 90 (MXR), Drive JackHammer (Marshall), Drive Hi Gain XXL (Tech 21), Tremulo/Simulador de Leslie Good Vibrations (Valco), Echo Tap Delay (DLS).

Seguindo a cadeia, o sinal sai do delay e volta para o LP-1, que o envia para o meu amplificador Warm Classic GT120v. Já citei anteriormente, mas, no meu amp troquei a válvula original 12AX7 por uma ECC83 que satura menos, oferecendo um clean mais bonito e cristalino, já que os meus drives são gerados nos pedais. Ainda no amp, uso o reverb de mola original, que ao meu ver soa muito bem e gera aquela molhadinha que muita gente (inclusive eu) adora. 

Cabos, é testar para saber...

Há muito tempo eu me questionava sobre marcas de cabos e suas respectivas qualidades. Quando começou meu interessar por eletrônica de audio, o interesse por timbres logo se tornou o alvo principal dos meus estudos e pesquisas. Algumas questões sempre levantadas nas rodas de discussões, quando o assunto é condutividade, é a qualidade do material usado nos cabos e a dúvida frequente entre o produto nacional e o importado. Essa semana assisti a um video de um fabricante nacional de cabos, cujo nome vou omitir por motivos éticos (sacanagem), que tratou sobre materiais, construção, área de condutividade e outras coisas importantes. Daí percebi que o nome, a marca, ainda conta muito na hora de adquirirmos equipamentos de áudio. Algo abordado no video era justamente o material usado na fabricação dos cabos, que independente do fabricante, acaba sendo o mesmo e no caso dos nacionais, provêem do mesmo fornecedor. Então, na hora de comprar um cabo, o que devo saber para escolher o certo? Vou colocar aqui algumas dicas que podem ser úteis e facilitar a decisão, baseando-se dados técnicos como, timbre, padrão de construção e durabilidade.

1 - OXI FREE
Atualmente, todos os cabos de qualidade são fabricados com Cobre Eletrolítico (Cobre Nu ou Sn), que obrigatoriamente são livres de Oxigênio. Essa é uma exigência mundial para fabricação de fios e cabos condutores. Sendo assim, independente do fabricante, seu cabo será livre de oxigênio, o que evitará desgaste rápido por oxidação, ferrugem e ainda diminuindo os riscos de provocar chamas em caso de curto. No entanto, ainda existem fabricantes que usam Cobre reciclado ou reaproveitado, o que nos faz ainda olhar para a inscrição impressa no fio para certificar que o mesmo obedece ao padrão de qualidade.

2 - REVESTIMENTO
Para cabos de áudio, o ideal é que sejam cobertos por PVC tipo 70ºC, com flexibilidade mínima Classe 4, seguindo a norma NBR NM 280, e isolamento em Polietileno. A malha de blindagem (Aterramento) formada por fios de Cobre Sn trançados. O isolamento, não só irá proporcionar uma condução melhor, como também garantirá melhor isolamento, evitando os curtos e ruídos externos da corrente elétrica. Essa informação também deve estar contida na impressão presente no cabo.

3 - RESPOSTA DE FREQUÊNCIA
Apesar desse quesito ser muito pessoal, vale saber que, cabos com diâmetro de área da secção de condução interna diferentes, oferecem transmissão de sinal e resposta de frequência diferenciadas. Sendo assim, na escolha do seu cabo, deve ser levado em conta o tipo de som que você deseja extrair do seu instrumento, se mais grave, agudo, ou com melhor resposta em determinada região (Falo relacionando ao espectro de frequência). Ao meu ver, o ideal é escolher um cabo que ofereça equilíbrio na transmissão, não limitando o timbre do instrumento já na saída do mesmo. Mas, para quem deseja usar cabos com específicas qualidades técnicas, fica a dica: cabos com menor diâmetro de área, têm a tendência em filtrar frequências mais graves, o mesmo acontece oposto para cabos com maior área interna, quanto maior, mais baixas serão transmitidas. Sendo assim, um cabo com uma medida de área adequada proporcionará transmissão mais linear, deixando o cabo mais versátil ao uso de instrumentos com timbres diferentes. Se você utiliza em seu set guitarras como Les Paul e Strato, por exemplo, não precisará trocar de cabo para usar as duas, sabendo que uma responde mais às baixas e a outra mais às altas frequências. Minha recomendação: 0,75mm2 para cabos de guitarra, e 0,80mm2 a 1mm2 para contrabaixo.

4 - PLUGS
Normalmente fazemos a opção por plugs e conectores banhados a ouro, por que imaginamos que sejam melhor. Isso não é verdade. O banho de ouro utilizado nos condutores possui apenas uma função estética o que os leva para o mercado a um custo mais alto. Nesse caso, fica ao critério individual escolher conectores dourados ou niquelados, sabendo que os dois terão o mesmo padrão de condutividade. Minha dica: escolha plugs pela construção. Quanto mais firmes e bem acabados forem, mais durabilidade terão. 

5 - COMPRIMENTO
Existe o mito de que quanto maior o cabo, ais perda de sinal se tem. Acredito que essa afirmação não seja verdadeira. Se levarmos em conta que o sinal se mova na velocidade da luz, a distância tão pequena de um condutor não causaria mudança na condução desse sinal, a menos, é claro, que se esteja usando um condutor de má qualidade, que capte uma quantidade extrema de ruídos externos, deteriorando o sinal oriundo do seu instrumento. Portanto, use a metragem que lhe for necessária, tendo o cuidado e a atenção quanto ao manuseio e condicionamento desses cabos. Quanto maiores os seus cabos, mais sujeitos a danos eles serão. Pisar nos mesmos, ou dobra-los bruscamente, poderá provocar quebra do cobre interno e isso ocasionará em perda de sinal.

CONCLUSÃO
Escolha o seu cabo pela utilidade certa que o mesmo terá, observando se o mesmo é fabricado seguindo as normas e se a resposta de frequência está de acordo com o timbre exato que você deseja alcança. A marca e o tamanho serão apenas meros detalhes. Para ter melhores referências, visite sítios na internet de fabricantes de cabos e plugs, nacionais e importados, compare-os, faça testes e adquira o que mais lhe for adequado, quanto ao valor e utilidade.